Todos somos Alceu Valença

Não sei porque uma das comunidades do Alceu no Orkut tem esse nome, mas é ótimo. A seguir, vídeos incríveis do mestre pernambucano. Alceu, fala com a gente, vai?

Alceu e Lulu Santos no Chacrinha, em 1983:

Vinheta do Rock in Rio de 1985, fazendo gracinha com Rita Lee;

E o inacreditável “Vou danado pra catende”:

Sei que já colocamos esse último vídeo aqui, mas vale a pena ser revisto. Paulo Rafael, guitarrista do Ave Sangria que depois acompanhou Alceu, definiu essa gravação como uma “explosão de energia”.

*Aline me disse que Paulo é o baixista com óculos de fundo de garrafa, que aparece no vídeo do lado direito.

Tati


Tropicalismo Gaúcho

Estamos em meio a milhares de coisas… reta final do livro. Buscando diagramadores, revisores, fotos, arquivos, escrevendo muito, escrevendo demais, escrevendo exaustivamente…

Mas, eis que chega um texto do nosso gaúcho preferido, Rogério Ratner – que nos ajudou muito com o Liverpool. Ele está fazendo um livro sobre o rock dos pampas, de 60 e 70, e aqui está um pouquinho do que ele se propôs a fazer.

O Tropicalismo na música gaúcha

Por Rogério Ratner

O Tropicalismo foi um movimento musical importantíssimo ocorrido no final dos anos 60, que concentrou músicos de diversos locais do Brasil, mas muito especialmente baianos e paulistas, e revolucionou a Música Popular Brasileira. Os gaúchos também tiveram a sua cena tropicalista, com algumas características próprias, como veremos a seguir. O trabalho destes músicos (compositores, cantores e instrumentistas) gaúchos sempre teve, desde os anos 60 – e mantém até hoje – uma importante influência na música  feita no Rio Grande do Sul a partir de então, embora esta influência algumas vezes não seja  percebida imediata e  explicitamente, mesmo em face da “normalização” operada em relação a alguns elementos estéticos então invocados, tornando-os ínsitos ao próprio idioma procedimental da moderna música urbana gaúcha e do rock feito aqui. 

Falando-se mais especificamente acerca do Tropicalismo feito no Rio Grande do Sul, cumpre destacar que alguns dos artistas que foram identificados com o movimento, não raro, mantiveram ou mantêm uma postura de um certo distanciamento ou  ambigüidade quanto à assunção de tal identidade. O fato é que, até onde temos conhecimento, não houve uma declaração expressa do “lançamento do movimento Tropicalista no RS”, ou a divulgação de um manifesto, e muito menos a gravação de um Disco-manifesto tal como fizeram baianos, paulistas e a carioca Nara Leão, o LP Tropicália, sendo que esta última circunstância merece ser lastimada pesarosamente, pois realmente há  um certo vácuo na memória da música popular gaúcha em relação a tão rico período, em face da falta de registro sonoro de muitas das canções relacionadas a tal estética. Portanto, bem diferentemente do que ocorreu no centro do país, não houve aqui uma articulação teórica que estabelecesse uma linha de atuação acabada e conjunta dos músicos, de forma a serem  reconhecidos enquanto um movimento articulado, em sua relação com a imprensa, com os músicos de outras tendências e com o público, o que, sem embargo, e curiosamente, como veremos, absolutamente não impediu que a cena local fosse extremamente rica, fértil, criativa, pujante e destemida, e em intensidade, e guardadas as proporções, consonante com o “barulho” feito no eixo Rio-SP.  (…)

 Pra ler na íntegra, é só clicar aqui!

                                      


Ahhhhhhh Ar now do

Bueno, news, news, news…

Arnaldo Baptista vai falar conosco por e-mail…(!?) Mário Pacheco, biógrafo do moço, já foi contactado… vamo que vamo…

Enquanto isso, a mídia especula sua saída dos Mutantes. Sergio Dias declara oficialmente que o irmão não aguentou a pressão… vamos ao outro lado da moeda (Posts retirados desse blog aqui):

Arnaldo Baptista sai dos Mutantes para cuidar de projetos pessoais

Sérgio Dias está só à frente dos Mutantes. Acabo de receber um e-mail de Lucinha, mulher e anjo da guarda de Arnaldo, me adiantando um comunicado que será distribuído à imprensa. No post abaixo, com o comunicado da saída de Zélia, Sérgio já me adiantava que Arnaldo possivelmente não participaria das gravações do novo disco. Agora está confirmado. Segue o comunicado de Arnaldo Baptista:

“Vivi um momento lindo com a volta dos Mutantes. Foi um retorno histórico. Sempre houve uma grande expectativa em relação à volta dos Mutantes. Com o reencontro e com os vários shows, pude perceber que a expectativa não era apenas um culto à nossa produção musical, mas uma afirmação de que nosso trabalho resistiu ao tempo e ainda tem a mesma vitalidade de 40 anos atrás. Cumpri a minha empreitada nessa nova jornada de nossa trajetória. Agora, resolvi dedicar-me às minhas formas de fazer o som. E também me dedicar a alguns projetos pessoais. Entre eles:

– O de livro sobre minha vida e obra;

– O lançamento, pela Editora Rocco, de meu livro de ficção “Rebelde Entre os Rebeldes”;

– O lançamento, em CD, de dois discos meus ao lado da banda paulistana Patrulha do Espaço. Com shows especiais.– E uma exposição itinerante com minhas obras imagéticas, desenhos, pinturas, camisetas e objetos.”No post abaixo, a saída de Zélia e uma entrevista com Sérgio Dias sobre o futuro da banda. The dream is over ou the show must go on?

  

Zélia Duncan sai dos Mutantes e Sérgio Dias lamenta muito

A cantora Zélia Duncan anunciou sua saída do grupo Os Mutantes depois de quase um ano e meio como vocalista da lendária formação dos irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista. Em comunicado, Zélia afirma que sua saída se deve aos “motivos mais legítimos do mundo”: sua carreira solo.

Fã desde sempre dos Mutantes, Zélia viu a oportunidade de participar do grupo como um sonho que ela nunca tinha imaginado, porque não achava possível, como todos nós, que houvesse uma volta. Sérgio Dias me disse que lamenta muito a saída, que as portas estão sempre abertas para ela e que começa a gravar um álbum de inéditas dos Mutantes dia primeiro de outubro. A seguir a íntegra do comunicado de Zélia:

“Pois é, estou me retirando dos Mutantes, pelos motivos mais legítimos do mundo. Minha carreira, meus movimentos como artista solo , que sempre fui. A experiência foi incrível. O improvável aconteceu ali, apesar de um monte de previsões duvidosas, eles acreditaram em mim e vice-versa e juntos vivemos emoções e realizações inesquecíveis. Algumas registradas, outras guardadas nas compilações internas , aquelas que vão pra onde eu for junto comigo. Acredito que a hora de me retirar seja tão importante quanto foi aquele encontro mágico com Sérgio. Fez um bem enorme pra minha carreira, pra minha vida e para as minhas futuras coragens.  Eu que sempre quis me sentir banda, fui parar no olho do furacão! E adorei! Obrigada Sérgio , Arnaldo e Dinho, por me deixarem ser ali, junto com vocês, enquanto durou…pra sempre! Ainda nem sinto meus pés no chão… Obrigada ao público dos Mutantes que me recebeu e compreendeu minha posição ali. Obrigada ao meu público por ter comparecido e se divertido comigo.  Tô bem  aqui do lado, sempre procurando na música um sentido pra mim. Valeu, valeu muito mais do que eu poderia imaginar!”
 

A participação de Zélia no microfone que pertencia originalmente a Rita Lee foi polêmica. Muita gente meteu o malho mesmo antes de ouvir, como se heresia fosse ela aceitar o convite de Sérgio.  A primeira apresentação foi em Londres, 22 de maio do ano passado, no evento “Tropicália – A Revolution in Brazilian Culture” promovida no Teatro Barbican.  O Brasil teve que esperar até 2007 para ver a banda, primeiro em São Paulo no final de janeiro no aniversário da cidade e, em seguida, no Rio de Janeiro. Os últimos compromissos foram uma turnê pela Europa e Estados Unidos.

De São Paulo, acabando de acordar, Sérgio Dias lamentou a saída de Zélia, afirmando que estava difícil conciliar as agendas: “Ela está num momento forte da vida dela e os Mutantes exigem demais, esta foi a questão mais séria,  a gente estava tendo que parar de tocar por causa disso. A Zélia não é uma mutante, ela é uma transformer. Ela era nossa convidada e nada impede que volte sempre, a carteirinha de Mutantes é para sempre”. Acrescentou que Zélia provou que os Mutantes podiam transcender qualquer pessoa (leia-se Rita Lee) e que ela foi uma “puta dádiva musical, pessoal e profissional” para a banda.

Sérgio anunciou outra possível baixa, a do irmão Arnaldo: “A turnê foi muito longa e extenuante para ele, que está muito fatigado. Até não conseguiu fazer três shows da turnê, o que foi uma pena para nós”. Sérgio não sabe nem se Arnaldo participará das gravações do primeiro disco com inéditas que começa a ser gravado dia primeiro de outubro. Ele contou que já tem cinco músicas, algumas dele, outras em parceria com Tom Zé. E não está pensando em substituição para Zélia, com a observação de que as portas estão abertas para ela e também para Rita Lee. O novo disco sai em março, ou antes disso, e já existe uma turnê 2008 pela Europa e Estados Unidos em andamento. “Wish me luck”, disse Sérgio.


Psicodelia Brasileira recomenda: especial sobre Rogério Duprat

tropicalia

Vai ficar de molho em casa nesta sexta? Então, ligue na TV Cultura à 21h. A tv exibirá um especial sobre o Rogério Duprat, mentor tropicalista.

Da Folha Online:

“Produzido em 2002, o especial mostra trechos de ensaios realizados na casa do músico, com presenças de Gal Costa, Gilberto Gil, Os Mutantes e Caetano Veloso. Também traz depoimentos destes artistas e de Gilberto Mendes, Rita Lee, Walter Hugo, Walter Lima Jr., dentre outros.

A atração apresenta ainda o trabalho de Duprat como autor de jingles e de trilhas para o cinema. No anos 60, ele foi o responsável pela mudança de sonoridade dos componentes do chamado movimento tropicalista, dentre eles Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé e Os Mutantes”.


Blog de casa nova!!!

Bueno, por razões tecnológicas, mudamos o blog do blogger para o wordpress. Esperamos que vocês gostem!

Dêem uma fuçada e depois comentem! rs…

 Como sabem, críticas, sugestões, elogios, elogios, elogios e elogios são sempre bem-vindos!!!!

Hasta!


Reforma!

  

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Estamos em reformas para melhor atendê-los!


Seis mil!

Que alegria!

Alcançamos a marca de seis mil visitantes. Quando começamos o blog, há sete meses, tínhamos alguma pretensão megalomaníaca, mas nem tanto. Além dessa marca considerável, o trabalho vem despertando interesse de muita gente bacana no mundo da música.

Agora, é a reta final – e isso implica mil brigas, falta de tempo e até falta de tesão, às vezes. Como todo mundo, acabamos deixando várias coisas pra última hora e, agora que faltam dois meses pro prazo final, começa a bater o desespero. Já temos três capítulos escritos, mais três em processo de confecção, a todo vapor. Apesar do sufoco, está sendo uma delícia ler as entrevistar e transformar todo o material bruto, de conversas non-sense, em histórias gostosas.

O Welington, o orientador, disse que precisamos escolher entre um estilo mais crônica, focado na vida particular dos entrevistados, nas histórias, ou um estilo mais reportagem, com dados e contextualização. Pela grande dificuldade em conseguir esses dados, e pela enorme riqueza de histórias de nossos personagens, acho que vamos partir para a crônica.

Agora falta pouco. É a parte mais foda, mas estamos sobrevivendo. Ainda faltam entrevistas importantes – tá sendo quase impossível marcar uma entrevista com Arnaldo Baptista. A dita “corte” que o cerca tá empatando a questão. Não sabemos como vai ser, vamos tentando. Fora isso, praticamente todos os capítulos estão com as entrevistas finalizadas. É muita coisa!

Para comemorar a nossa sobrevivência, o sempre feliz Mopho:


Psicodelia Brasileira Recomenda: Lançamento de livro do Zé Rodrix – RJ/SP

Para paulistanos e cariocas…

Zé Rodrix está lançando o último livro de sua trilogia, Esquin de Floyrac, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Para os fãs, fica o convite – dia 16 de setembro, 14h, no Café Literário da XIII Bienal do livro do Rio de Janeiro, 17 de setemnbro, 19h, na Livraria Argumento (RJ), 19 de setembro, 18h30, na Livraria da Vila. Para os que não conhecem o lado escritor do músico, um comentário de Luis Eduardo Matta, do site Digestivo Cultural:

“Na minha opinião, Zé Rodrix é um dos mais importantes nomes do romance brasileiro contemporâneo e juro que não consigo compreender como a mídia ainda não reconheceu isso ou, pelo menos, não da maneira como este extraordinário escritor merece. Zé Rodrix, nome artístico de José Rodrigues Trindade, é uma das figuras mais versáteis da cultura brasileira contemporânea. Maestro, compositor, cantor, arranjador, publicitário, ator, professor, escritor e dono de uma inteligência prodigiosa e um enorme carisma, Zé Rodrix demonstra em Zorobabel: Reconstruindo o Templo, como a criatividade, aliada a uma maneira clara e certeira de contar uma história, pode produzir uma obra literária de vulto e, ao mesmo tempo, de grande apelo junto aos leitores. Zorobabel: Reconstruindo o Templo, é o segundo volume da Trilogia do Templo, que teve início com o igualmente extraordinário Johaben: Diário de um Construtor do Templo, lançado em 1999 e deverá ser fechada com chave de ouro, em 2007, com Esquin de Floyrac: O Fim do Templo. O romance mistura realidade e ficção para reviver um período conturbado da Antiguidade, que começa no auge do Império Babilônico, época em que as tropas de Nebbuchadrena’zzar (Nabucodonosor) invadiram Jerusalém e destruíram o bíblico Templo de Salomão, provocando a primeira diáspora judaica e culmina com a queda da Babilônia em poder dos persas comandados por Cyro, o Grande. O protagonista é Zorobabel, um jovem judeu que cresce como escravo na Babilônia e, depois da libertação de Jerusalém pelos persas, torna-se governador da Judéia, reedificando o Templo. Trata-se de uma saga épica e fascinante sobre os primórdios da Maçonaria que, assim como o primeiro volume da trilogia, só encontra paralelo na literatura brasileira, no que Nélida Piñon realizou com o seu maravilhoso Vozes do Deserto. O livro tem mais de seiscentas páginas que são lidas com voracidade em uma semana, se tanto. Um dos grandes romances brasileiros publicados no século XXI, que irá fascinar todos aqueles que adoram um livro repleto de aventura, capaz de nos transportar até um passado, cuja magia, permeia o nosso imaginário há séculos.”


Hey man

Duas bandas que vamos tratar neste trabalho têm uma música chamada “Hey man”. O engraçado é que o Som Imaginário e o Ave Sangria não se conheciam. “Hey man” do Som Imaginário saiu em 1970; “Hey man” do Ave Sangria, em 74.
Os assuntos tratados nas duas músicas são tão diversos quanto a origem e formação das duas bandas. Mas não deixa de ser uma questão emblemática.

Hey Man (Som Imaginário)
Sua cidade
De vidro e aço
Prende você
Seus documentos
E as duplicatas
Cegam você

Hey hey hey man (2x)

Você precisava da taça de ouro
Que você só viu por de trás das vitrines
Você precisava beber nessa taça
Que você pagou com o sangue
Que nela bebeu

Só que nesse instante você foi feliz
Você é feliz quando pode
É que nesse instante você foi feliz
Você é feliz quando deixam

Hey man (Ave Sangria)

Hey man,
Você precisa correr mais riscos do que eu
Hey man,
Pobre de quem não percebeu
Hey man,
Você precisa correr tanto risco quanto eu
Hey man, pobre de quem não se perdeu

Ela subiu pela colina correndo vestida de amarelo
Corpo suado e maneiro, ela me viu e não se escondeu
Uma sensação me deu
Não quero nem saber
Rolei com ela pelo chão

Hey man,
A vida é feita de pedaços do céu
Hey man,
Pobre de quem não teve o seu
Hey man,
A vida é feita de pedaços do céu
Hey man,
Pobre de quem não teve o seu

Ela subiu pela colina correndo vestida de amarelo
Corpo suado e maneiro, ela me viu e não se escondeu
Uma sensação me deu
Não quero nem saber
Rolei com ela pelo chão
Não quero nem saber
Rolei com ela pelo chão(2x)


Três Margaridas

Dormem no círculo branco
Da fingida inocência
Três margaridas
Uma é sapeca e morena
Outra é loura e coquete
A terceira, ruiva e sardenta
Morde uma dúvida entre os dentes
Essa dúvida vermelha
Maçã de pedra estralando
Guarda a semente vermelha
De uma transformação
Ouve-se uma canção
Ouve-se uma canção
Dormem no círculo branco
Da fingida inocência
Duas margaridas
A terceira, ruiva e sardenta
Escapuliu colorida com um amante
Para outra vida

(Ave Sangria)