Psicodelia Brasileira Recomenda: Debate sobre Tropicalismo no RJ e site

Principal site do tropicalismo volta ao ar

DA SUCURSAL DO RIO

O principal site sobre o tropicalismo (www.tropicalia.com.br) voltou ao ar ontem à noite com uma série de páginas novas, como a que mostra Caetano Veloso e Gilberto Gil cantando, respectivamente, “Alegria, Alegria” e “Domingo no Parque” no festival da Record de 1967.
Criado em 2000 pela produtora cultural Ana de Oliveira, o endereço tem agora cerca de 600 páginas de conteúdo, que cobrem da pré-história do movimento, em Salvador, a seus desdobramentos no Brasil e no exterior.

O tropicalismo também será lembrado hoje num debate entre o diretor teatral José Celso Martinez Corrêa e o cineasta Julio Bressane, às 18h30, no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro (0/xx/21/3808-2020), com entrada franca.

 (Da Folha de S.Paulo, 24/10/2007)


Psicodelia Brasileira Recomenda: Debate sobre Tropicalismo

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Uma revisão do Tropicalismo no Maria Antonia

Carlos Calado e Guilherme Wisnik são os convidados do Centro Universitário Maria Antonia para discutir o movimento tropicalista, na música, nas artes plásticas e em outras áreas, avaliando os resultados de sua intervencão na cultura brasileira, de uma perspectiva atual.

O debate Tropicalismo, uma análise 40 anos depois será realizado dia 23 de outubro, a partir das 19h, e inclui a exibição do documentário “A Revolução Tropicalista”, de Ives Billon e Dominique Dreyfus. A entrada é franca (com retirada de senhas uma hora antes).

Como disse José Celso Martinez, “68 foi uma revolução cultural que bateu no corpo”. No Tropicalismo, convergem as torturas da repressão política, a revolução libertária e a inclusão do espectador no espaço da obra de arte. Ele é o catalisador de uma relação inter-subjetiva que mistura experiência estética e programas de auditório. Mesmo com essa notoriedade, não foram poucos os desafetos que encararam a Tropicália apenas como um modismo. Com o passar dos anos, movimentos musicais como a Vanguarda Paulista, nos anos 80, ou o Mangue Beat, na década de 90, e em diversas outras áreas mostraram que a liberdade estética defendida pelos tropicalistas abriu caminhos para gerações posteriores da arte brasileira.

Carlos Calado é crítico musical e autor dos livros A Divina Comédias dos Mutantes (Ed. 34, 1995) e Tropicália: a história de uma revolução (Ed. 34, 1997). É colaborador da Folha de S. Paulo entre outros veículos de imprensa.
Guilherme Wisnik é arquiteto formado pela FAU-USP, mestre em História Social pela FFLCH-USP, autor de Caetano Veloso (Publifolha, 2005) e Lúcio Costa (Cosac & Naify, 2001). Assina uma coluna semanal no caderno Ilustrada, da Folha de S. Paulo.

Tropicalismo, uma análise 40 anos depois
com Carlos Calado e Guilherme Wisnik
23 de outubro
terça-feira, às 19h
gratuito (retirada de senhas uma hora antes)
 


Módulo 1000

Propaganda na Rolling Stone, em 1972:

Módulo 1000

Obs: Um viva para Daniel Romani, ex-guitarrista e vocalista do Módulo 1000, que nos presenteou com incontáveis preciosidades da época, organizadas e catalogadas.

Tati


Hare burger

Tá, vai. Não tem nada a ver. Mas uma merda de vez em quando, especialmente nesse final de ano tenso, vai bem.


Blog Action Day

Para provar que nós não somos só psicodélicas e alienadas da sociedade, o Psicodelia Brasileira está participando do Blog Action Day. É uma corrente internacional dos blogs, para divulgar temas relacionados ao meio ambiente. A única coisa que achamos pertinente para os dois temas – a psicodelia e o meio ambiente – é a teoria de Eduardo Leal, ex-integrante do Módulo 1000.

Abaixo, um trecho do email que ele mandou à Ana:

“(…) Estou formulando uma linha de pensamento, maluco, que se baseia no “pessimismo” consciente de que a humanidade já está condenada. Não adianta mais as campanhas de preservação do meio-ambiente para salvar o planeta. O estopim já foi aceso e o rastilho mortal já está se processando. Sendo assim acho que a ciência deveria dirigir seu foco para a mudança de planeta. Esta mudança, prevejo, será em módulos. Assim como teve o Módulo Lunar que levou o primeiro homem à Lua, fato que influenciou a escolha do nome do grupo. Nessa mudança, seguindo com minha “profecia”, o Módulo de número 1000, seria um veículo especial para os músicos brasileiros. Rs.

A discussão sobre o fim da humanidade, que digo que já está estabelecido, deve funcionar como terapia de choque nas pessoas e daí surtir o efeito do aceleramento do processo de conscientização de que algo urgente deve ser feito no meio-ambiente e principalmente no mental coletivo.

Sendo assim, a partir de agora, me coloco a disposição para descrever toda a minha teoria do apocalipse já em andamento no nosso meio.

Tenho desenvolvido pensamentos neste sentido. Veja os tópicos:

· Fim da humanidade já estabelecido. Não tem mais volta.

· O desenvolvimento da consciência ecológica não acompanha o processo de destruição.

· Canalização das energias inteligentes para a mudança de Planeta.

· Próxima morada em Vênus, local mais aquecido e com o esfriamento do Sol, ficará propício à nova morado do homem.

· A teoria do esfriamento da estrela indica que viemos de Marte.

· Sendo assim esta etapa já aconteceu antes.

· O homem viajando pelo Universo como um câncer, ou seja, onde estivermos vamos destruir.

· Se encontrarmos seres em outros planetas, vamos destruí-los ou escraviza-los. Fato que já vimos no passado na época dos descobrimentos.

· Com o desenvolvimento rápido da consciência poderemos prolongar a vida na Terra, mas o fim da humanidade, aqui, já é certo.

· Portanto vamos nos preparar para a grande viagem.

Bem Ana, temos uma teoria totalmente intuitiva e fora dos padrões científicos, mas é uma corrente de pensamentos. Se provocar polêmica será bom. Na base de tudo uma proposta para o Módulo 1000. Já tenho um rock pronto que usa estes argumentos. Se você se interessar envio a letra.

Já me alonguei muito. Paro por aqui, mas tenho muito mais a falar, a desenvolver e a pesquisar dentro destes tópicos. Retomando minha cabeça, que antes ficava alugada para a Empresa, volto a dar energia a minhas próprias filosofias, o que é muito bom”.

Bloggers Unite - Blog Action Day

Sugestão dada pela Carol.

Tati


Psicodelia nordestina, em 2007

 Lula Côrtes e Marco Polo. Discurso captado pelo gravador de Ana Paula em Recife.

Lula: Agora é agora, o tempo não espera por ninguém, não para.

Marco: Essa está no grupo de frases fantásticas, o tempo não espera por ninguém, o tempo não para.

Lula: Não espera mesmo, nem retroage. O máximo que a gente pode ter são boas lembranças. Eu fui andando com tudo que veio atrás, está acumulado de tudo aquilo, é impossível você olhar mesma árvore, porque ele não franze…

Marco: Você não olha nunca a mesma arvora. È outra árvore.

Lula: É outra?

Marco: Não tem jeito. (todos riem)

Lula: Nada, nada previsível. (continuam rindo)

Marco: Eu gosto desse doido, para caramba. (todos riem) Eu amo esse homem.

Tati


Psicodelia Brasileira Recomenda: Diabos e simpatizantes

Eu sei que não é brasileiro, mas quem gosta de música, quem lê estes escritos, com certeza vai simpatizar com o gringo em questão.

Convite de uma cabine que não fui… nhé…

Daylight Film e a 31º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo convidam para a Cabine de Imprensa do filme: The Rolling Stones – Sympathy for the Devil, de Jean Luc Godard.”

Sinopse: Depois da proibição por parte do diretor Jean Luc Godard, que não reconheceu os cortes feitos pelo  produtor feitos no filme Sympathy for The Devil, as duas polêmicas obras serão exibidas juntas. Os filmes são documentários inusitados sobre a contracultura vivida nos anos 60 através do olhar de um dos grandes cineastas do século., ilustrados pelas imagens de uma das maiores bandas de rock, The Rolling Stones. One plus One é o primeiro director`s cut da história do cinema.

 OBS> Os filmes – One plus One e Sympathy for the Devil –  sairão em DVD em novembro – VIVA!!!

Para os que ficaram curiosos, nosso amigo youtube hospeda o trailer do dito cujo, ó:

Logo mais posto coisas novas que recebemos de Daniel Romani – fotos, lambe-lambes, cartazes e flyers de shows do Módulo 1000.

Aline


Paulo Rafael

Semana retrasada, fomos entrevistar Paulo Rafael, ex-guitarrista do Ave Sangria que toca com Alceu Valença até hoje. Foi um sufoco. Ele estava aqui para uma Feira de Música e ia passar só um dia em São Paulo. a entrevista aconteceria na qarta a noite, único horário que ele (e nós) tínhamos livre.

É claro que nosso professor de Ética Jornalística não nos deixou sair mais cedo da aula (mesmo que ele não tenha dado nenhuma matéria naquele dia, só entregado as notas).  Certas políticas da Cásper e seus professores são inacreditáveis. Mas, beleza. O Paulo Rafael, extremamente gentil, topou fazer a entrevista às 23h de uma quarta feira.

Como foi tudo de última hora, estávamos sem máquina e não tiramos foto. Mas foi ótima a entrevista. Paulo Rafael é simpaticíssimo, o amigo dele que nos abriu a porta de casa para a entrevisat também, tudo ótimo. Saímos de lá meia noite e meia com histórias ótimas.

Alguns trechinhos:

Quando eu entrei (na banda), o troço mudou. Eu entrando de algum jeito parecia que…. não sei se era o clima, se eu ia conduzir isso de uma maneira… Porque o Marco Polo é quem me incentivava a fazer isso, avalizava. Ele me conduzia, ele bem mais velho do que eu. Então, essa coisa que eu pensei, por exemplo de transformar em uma coisa mais palpável, menos esquisita do que era, menos sofrida. Acho que a história pra trás tinha sido muito batalhada, muito cheia de dificuldades. E aparentemente foi, fizemos esse show que era da porra, as músicas começaram a desenrolar, veio o disco, de repente, pooof”.

“Ao mesmo tempo em que a gente tinha uma disciplina muito grande, a gente era muuuito louco. A disposicão pra pular de abismo era ‘bora? Bora’.  Vai todo mundo. Ninguém tinha medo. Não tinha medo de correr risco”.

“Eu acho que o Marco Polo cantava de uma maneira muito especial, eu levei muito tempo pra entender isso. Depois eu vi o jeito de interpretar, que é tão peculiar, que até hoje quando eu ouço assim eu digo: cara como é lindo. Pra mim é bonito pra caralho, tem uma mágica ali,  ele canta com uma fragilidade, como se não soubesse cantar mais tá cantando, sabe como é?”.

“(O Israel, baterista, que suicidou-se anos mais tarde) era muito louco,  bebia muito. Ele era muito bom baterista, e compunha umas musicas muito loucas. Eu fiquei  muito junto com ele, a gente fico muito amigo, e ele morava num lugar lá e não tinha grana pra nada, e eu levava ele em casa pra ele pra comer, senão ele ia morrer de fome”.

No final da banda:

Eu fiquei no Rio de janeiro, dentro de uma kitinete pensando, porra, o que foi, meu deus do céu. A gente foi atropelado. Um trem passou na frente da gente.
Era sensacional. Era uma banda sensacional. Tinha, porra, muito talento, muitas idéias, as pessoas tinham muito pique. Tem músicas maravilhosas, nunca esqueci. Mas, foi, não deu. Ma minha imagem é de uma coisa muito fantástica, muito boa. Eu guardo o Ave Sangria como uma coisa assim, porra, foi … pra mim foi a hora que fez assim. E pronto”.

Paulo Rafael, além de tocar com Alceu até hoje, é produtor musical e planeja lançar um disco em breve. Conheça o trabalho dele: www.myspace.com/paulorafaelguitar

Tati


A Tomada da Pastilha

 

Entrevistamos o Marsicano há algum tempinho. Figuraça. Ele nos mandou um texto que escreveu; este que publico agora neste humilde espaço. O músico falou, refletiu e filosofou sobre a neo-psicodelia.

 

A TOMADA DA PASTILHA

 

“Não sou anão, sou concentrado”

Nelson Ned

 

Rave no Rio. Imerso no lótus roseolaranja do crepúsculo carioca, encontro-me no Parque de Diversões Terra Encantada diante a uma enorme coluna de alto-falantes que está sendo erguida para o mega evento que começará à meia noite. Uma imensa nuvem dourada esboça no céu a forma de um dragão. Penso nas encantadoras ravers Fê e Martina. Num quiosque de mini-pizza aguardo com o DJ Anvil FX e a produtora Luci a passagem de som.

RAVER INTERIORANO

Degusto uma mini-pizza e alguns doces multicores, quando me vem à cabeça a lendária rave em São Carlos, interior de São Paulo, quando apresentava-me com o DJ Ramilson Maia (inventor do drumin’bass). A multidão de dançarinos ululava quando a música foi interrompida quando subi ao palco. A multidão estática esperava ansiosa (bota ansiosa nisso). Mais de cinco mil pessoas na pista e os”técnicos” não conseguiam amplificar meu som: A cítara estava totalmente muda. Ramilson sinalizava arfante aos operadores que tentavam de tudo sem nada conseguir. (Depois fiquei sabendo que o responsável pela sonorização havia ido dormir). A multidão gritava desesperada quando sobe ao palco num pulo um estranho raver interiorano. Verdadeira simbiose entre clubber e cowboy, era um gigante de mais de dois metros envergando um grande chapéu de rodeio e o cabelo verde “raver”. Trincado, armado, e com duas latas de energetizante Pit-Bull na mão, o Tecno-Sérgio Reis bicudão gritava: Toca aí cara!Toca aí!!!

OS SETE ANÕES RAVERS

O parque está sendo fechado e apenas o pessoal da rave tem permissão a permanecer no local. Peço mais uma mini-pizza, enquanto Anvil FX sorve goles fartos de uma fanta laranja geladíssima. De repente, sete anões performers do parque acercam-se e sentam à nossa mesa. Pelo jeito, estavam querendo passar-se por ravers evitando assim o salgado ingresso de cinqüenta reais. Via a cena em 3-D que primava pela extrema surrealidade: Um deles, o Atchim, ia direto ao banheiro e de óculos escuros, saía bicudão bailando em ritmo techno. Sua atitude irreverente e debochada provocava a ira do Zangado que não parava de criticá-lo. Mas o ponto alto do encontro foi o momento em que um dos anões (o Risonho) entregou-me algo parecido com os flyers das raves. Era o panfleto de sua candidatura à deputado federal pelo Partido Verde (“Apoio cultural Gabeira”). Sorridente e bem falante qual político tarimbado, distribuía as filipetas, exclamando sem parar:

– Vote em mim! Vote em mim para deputado federal!

O negão pizzaiolo ao receber o impresso, indignado exclamou:

– Isso é um absurdo! Sabe que você não tem estatura para assumir um cargo público no Congresso Brasileiro!

– Sou o Candidato das Minorias! Exclamou incisivo o baixinho…

Em meio a confusão, o Atchim reaparece de mãos dadas com uma louraça sueca raver de dois metros de altura:

– É isso aí pessoal, disse ele todo prosa, saindo furtivamente com ela rumo a um curioso castelinho (da Bela Adormecida) que ficava a nossa frente. Aproveitei a deixa para perguntar ao Zangado se o Atchim era realmente um garanhão:

Que garanhão nada! Respondeu sarcasticamente o Zangado: No mês passado fomos contratados para uma performance numa casa noturna em Hamburgo (em St. Pauli) e os gays alemães atiravam o Atchim para cima e o encaixavam qual jogo de biboquet!*

 

 

Aline

 


Precisa-se

De estagiário/produtor jr.

Não pagamos nada mas, afinal, somos tão legais que nem precisa.

A remuneração é o reconhecimento e o prazer de trabalhar com um tema tão bacana – além de conhecer pessoas famosas, claro.

O coit… ops, digamos, ajudante, irá correr atrás das fotos com os entrevistados, ajudar em parte da apuração e fazer a correria da gráfica.

O horário de trabalho é flexível: das 6h da manhã às 2h da manhã do outro dia.

Alguém se habilita?