Som Imaginário em ação

E não é que eles chegaram a gravar um programa Ensaio?

Incrível.


Procura-se

Foi por acaso. Estava pulando de canal em canal – e domingo a noite, vocês sabem, é triste. De repente passei por um monte de hippies dançando aparentemente nos anos 60. Fui ver o que era, claro.

Era o filme “Procura-se”, documentário dirigido por Rica Saito em 2008. O filme narra a história do músico Mario Rocha/Edu Viola e seus amigos – a turma alternativa paulistana dos anos 60 e 70. Em cena, um monte de gente que eu nunca tinha ouvido falar. Depois de passar anos lendo e pesquisando sobre psicodelia brasileira, que vergonha, eu não conhecia nada daquilo.

Edu Viola é instrumentista e músico. Conheceu um monte de gente, compôs com um monte de gente. Tem um currículo de respeito. (aqui há informações sobre ele).O filme, porém, não fica só em cima do músico. Os depoimentos de gente como Carlos Caladol, Wanderléa e os amigos são intercalados por cenas de filmes da época, em Super 8, e cenas de ficção. É bem legal.

“Procura-se” foi exibido no É tudo verdade, em 2008, e também no É tudo mentira e no Nem tudo é verdade. Ele não é nem curta nem longa (tem 42 minutos), nem documentário nem ficção.

Em um depoimento gravado e exibido após o filme, Rica Saito disse que as sessões  ultrapassam a tela. Ao final da exibição, membros da plateia se levantam – entre eles o próprio Edu Viola – e começam a fazer um show (ou um happening, pra ficar nos mesmos termos). Assim:

Nós falamos no livro do pessoal do Rio, Pernambuco, Minas, Rio Grande do Sul. E quase não viemos para São Paulo. Talvez essa seja a peça que estava faltando. Para saber mais sobre o filme, vale conferir o relato pessoal e a entrevista feita por Gaía Passarelli.

 

ps> as informaçõs sobre ele são do coletivo sÓ


Documentário sobre Arnaldo Baptista

Da Folha Online:

Festival aplaude biografia sobre Arnaldo Baptista

O filme mais aplaudido na disputa da Première Brasil no Festival do Rio 2008 não é uma ficção e não será lançado nos cinemas. O documentário “Loki -Arnaldo Baptista”, de Paulo Henrique Fontenelle, foi ovacionado pela platéia (de pé) durante cinco minutos, no sábado à noite, no Cine Odeon.

Primeiro longa-metragem produzido pelo Canal Brasil, o título estreará exclusivamente na grade da emissora. Exibições em salas serão restritas a outros festivais.

“Tenho minhas dúvidas se todo documentário tem que ir para o cinema. Acho que a gente tem que investir e apostar no caminho do documentário na TV”, afirma o produtor-executivo do filme e gerente de marketing e novos projetos do Canal Brasil, André Saddy.

Cinebiografia do músico Arnaldo Baptista, o longa revisita sua história, desde a criação dos Mutantes até a rotina atual, dedicada às artes plásticas, na casa em que vive, em Juiz de Fora, Minas Gerais.

No início do filme, Arnaldo Baptista cita os grandes capítulos de sua vida –“o acidente e quase morte, a paixão pela cantora Rita Lee, os Mutantes” etc.– e dá início à pintura de um quadro em que representará “as partes de sua identidade como uma evolução”.

No centro da tela, ele escreve “sinto muito”. É uma expressão de duplo significado, como explicou, no dia seguinte, à Folha: “Meu modo de ser é levado por essa frase, que envolve o fato de pedir desculpas e o fato de eu possuir uma sensibilidade acima de uma certa etapa”.

As relações de amor de Baptista –tanto com Rita Lee, cujo rompimento derivou no fim dos Mutantes, como com a atual mulher, Lúcia Barbosa– compõem o cerne do documentário, ao lado da trajetória da banda, recuperada em arquivos de foto e vídeo.

Sobre Rita Lee, que ele começou a namorar na adolescência, quando ela lhe “lembrava a Michelle, do The Mamas & The Papas”, Arnaldo diz: “Eu tinha um gosto que talvez não conseguisse expressar por ela. Foi a minha primeira mulher. [O universo feminino] era algo misterioso para mim”.

A respeito de Lúcia, fã que cuidou dele nos três meses de internação hospitalar, após sua tentativa de suicídio, em 1982, e a quem ele chama de “minha menina”, Baptista afirma: “A força de Lucinha ia entrando em mim e eu passei a ver a enorme diferença que existe entre o homem e a mulher”.

O diretor diz que tentou ouvir Rita Lee, que se recusou a falar, “mas foi solícita em liberar as imagens de arquivo”.


Fim do mundo e o despertar da contracultura

Pronto. O LHC começou a funcionar, e temos a possibilidade de um fim de mundo. Ok, a chance é remota. A máquina pode recriar buracos negros, mas eles serão super pequenos. Tudo bem. Mesmo assim, para ignorantes em física quântica como eu, só o fato dessa possibilidade não ser descartada já é assustador. O que isso tem a ver com psicodelia? Tudo. A raiz da contracultura está na possibilidade de fim de mundo, como escreveu o filósofo Luis Carlos Maciel em “De volta para o futuro”.
Trecho do post que fiz em maio do ano passado:

‘Para contar a história da contracultura mundial – e depois adaptá-la à realidade nacional, e à sua própria interpretação – Maciel começa falando da “Bomb Culture”. A sociedade pós segunda guerra cresceu sob temor constante da destruição absoluta – e foram os protestos contra a bomba atômica que ocuparam os jovens intelectuais e artistas antes dos Beatles, a tal beat generation. O símbolo da paz, disseminado pelos hippies mundo afora, é dessa época. O termo “Bomb Culture” é um título de um livro do poeta, músico e pintor Jeff Nutall, que explica o underground partindo de quatro trilhas: música pop, protesto, arte e comportamento existencial marginal do século XX. “Foi a fusão dessas correntes que resultou, com as drogas psicodélicas, no underground, cuja eclosão é assinalada em 1967, pelo surgimento dos hippies e do flower power”, explica Maciel.’

Será que essa possibilidade assustadora pode fazer florescer algo parecido? Sei lá. Mas é interessante pensar nisso. Talvez – se o LHC não comer o mundo, hehe – possamos ver isso daqui a uma ou duas gerações.

Para saber mais sobre a máquina, autojabá.

Tati


Tchau, Gil

Eu pessoalmente gostei muito da gestão do Gil no MinC. Ele levou uma cultura mais descentralizada e libertária para o Ministério. Claro que esbarrou nas burocracias e por isso pode não ter feito uma grande revolução ou reforma nas políticas públicas para a cultura. Mas conseguiu avanços importantes. Nessa gestão o Ministério começou a contemplar projetos menores, descentralizados, conseguiu uma p. verba com o Mais Cultura, começou a revisar as leis de incentivo, enfim começou a arrumar o que não estava certo e plantou novas idéias. Espero que o sucessor faça jus às idéias dele.

(aqui, uma entrevista que fiz com o Juca Ferreira, secretário do Ministério)

E pra não esquecer de psicodelia & tropicália, as declarações do ex-ministro:

“O Tropicalismo falava de fragmentação e a linguagem da Internet é toda fragmentada. Todas as bases da Internet estavam ali. Tudo o que vislumbrávamos hoje em dia é possível. O sonho tropicalista é real. Ele se realizou”

Tati


Ciclo sobre contracultura leva música, cinema, teatro e debates ao Sesc Pompéia

Hey babes, hoje tem debate mediado pelo graaaaaaaaaande Alex Antunes, olha só:

Debate a partir da questão O que é Contracultura. O termo contracultura é um neologismo atribuído a Theodore Roszak, que o teria usado pela primeira vez em 68. Mas, na atribulada passagem dos anos 60 para os 70 (e mesmo em suas reverberações nas décadas seguintes) nem sempre é fácil estabecer com precisão o peso e a correlação entre os seus diferentes ingredientes: políticos, sociais, comportamentais etc. Debatedores: Ana Maria Bahiana (jornalista e cineasta), Rogerio de Campos (jornalista e editor da editora Conrad), Roberto Piva (poeta). Mediação de Alex Antunes (jornalista). No Cine Beatnik, na Área de Convivência. Retirada de ingressos gratuita no dia da atividade, na bilheteria.

Maiores detalhes aqui embaixo, ó:

Da Redação do UOL
A partir desta quarta-feira (16) tem início o ciclo “Vida Louca, Vida Intensa – Uma Viagem pela Contracultura” no Sesc Pompéia, em São Paulo. Com atrações musicais, teatrais, exposição de cartazes e uma seleção de 27 filmes, a mostra abrange diferentes expressões da contracultura, palavra difundida no fim da década de 1950 para designar o que se diferenciava das manifestações artísticas predominantes na sociedade da época.

Entre os destaques da programação estão o show da banda suíça Young Gods, uma apresentação de jazz em tributo ao poeta e artista britânico William Blake, peça teatral baseada na vida e obra de Hilda Hilst, leitura de poemas de Ana Cristina César e uma instalação cenográfica no espaço de convivência do centro cultural, que tenta reproduzir, por meio de sons e imagens, a atmosfera da contracultura do fim da década de 1950 até a década de 1980.

No espaço da instalação cenográfica haverá ainda o espetáculo “Intervenção Antropofágica”, envolvendo dança, teatro, literatura e música, sob o comando da Cia. Nova Dança 4.

A seleção de filmes dialoga com as demais atrações e abrange curtas do escritor William Burroughs, o longa “The Trip” (1967), filme sobre o uso de LSD dirigido por Roger Corman, “Naked Lunch” (1991), adaptação de obra de Burroughs feita por David Cronenberg, além de uma sessão dedicada a Andy Warhol com dois filmes – um sobre a vida do artista, “Scenes from the Life of Andy Warhol”, e outro dirigido por ele, “Vinyl” (1965). Warhol também aparece na direção de outra produção que será exibida, “The Velvet Underground and Nico” (1966), que mostra imagens da banda nova-iorquina liderada por Lou Reed.

A literatura tem destaque no ciclo com o sarau “Noites Sujas: Nuvem Cigana”, que comemora os 30 anos do grupo de escritores cariocas Nuvem Cigana, formado por Bernardo Vilhena, Chacal, Charles Peixoto e Ronaldo Santos. “Vida Louca – Vida Intensa” apresenta também seminários sobre contracultura e tropicalismo.

O ciclo tem curadoria do jornalista e designer Eduardo Beu e segue até 22/6 no Sesc Pompéia, em São Paulo. Consulte a programação completa do evento no site http://www.sescsp.org.br .

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“VIDA LOUCA, VIDA INTENSA – UMA VIAGEM PELA CONTRACULTURA”
Quando: de 16/4 a 22/6
Onde: Sesc Pompéia (rua Clélia, 93, tel.: 0/xx/11 3871-7700)
Quanto: entrada gratuita em exposições, filmes, seminários, performances de teatro, dança e sarau literário; entradas cobradas apenas em shows (consultar preços no site http://www.sescsp.org.br )

Quando sobrar mais um tempinho, eu posto os destaques da programação! Tem mtaaaaaaaaa coisa boa!

Aline 😉


Psicodelia brasileira recomenda: Psicodelia no Auditório Ibirapuera

VIOLETA DE OUTONO TRAZ ROCK PSICODÉLICO AO AUDITÓRIO IBIRAPUERA

Cultuada banda paulistana apresenta último trabalho, Volume 7

Com 23 anos de estrada, muito lirismo e psicodelia, a banda Violeta de Outono incorpora influências de bandas inglesas dos anos 70, como Camel, Caravan e Soft Machine, no palco do Auditório Ibirapuera.

No repertório seu sétimo disco, Volume 7, com oito composições novas que destacam o trabalho do órgão Hammond, órgão elétrico desenvolvido por Laurens Hammond como uma alternativa de baixo custo ao órgão de tubos. O instrumento acabou sendo usado para o jazz, blues e então para uma extensão do rock and roll, nas décadas de 1960 e 1970.

No palco os músicos Fábio Golfetti (guitarra e voz), Cláudio Souza (bateria), Fernando Cardoso (órgão Hammond, piano e moog) e Gabriel Costa (baixo).

O show contará ainda com as participações especiais de Manito e André Peticov. Manito integrou o Som Nosso de Cada Dia, banda brasileira seminal dos anos 70 e também foi o criador dos Incríveis, ao lado de Netinho, nos anos 60. Andre Peticov ficou conhecido por fazer os cenários e efeitos visuais nos shows psicodélicos do Mutantes ao lado do irmão, o artista plástico Antônio Peticov.

O Violeta de Outono surgiu na metade dos anos 80, em São Paulo, e se manteve fiel ao seu som, fazendo uma música que mistura rock dos anos 60 ao experimentalismo do rock progressivo dos anos 70.

A banda é conhecida por seu som hipnótico de influências psicodélicas, e suas apresentações ao vivo são sempre marcantes devido à atmosfera viajante e às longas passagens instrumentais, levando o público a um estado de transe.

Dias: 30 de Março de 2008
Horário: Domingo, 18h
Duração: 90 minutos (Aproximadamente)
Ingresso: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada)
Gênero: Rock Progressivo
Classificação Indicativa: Livre

Programação:

Volume 7
Participações especiais: Manito e Andre Peticov
Parcerias: Hammond, Suprisul e Kiss FM


Ar-now-do Baptista! Mais do que recomendação

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Saiu hoje no JT!

Ex-Mutantes lança livro de ficção científica

São Paulo – Além de uma música revolucionária, que mudou a face dos anos 60 e ecoa ainda hoje, o ex-Mutante Arnaldo Dias Baptista faz desenhos, quadros e camisetas que dá de presente aos amigos. Agora, uma nova faceta de sua carreira multimídia vem à tona: a literatura. A Editora Rocco lança no início de abril o livro Rebelde Entre os Rebeldes, uma ficção científica de Arnaldo que foi escrita há mais de 20 anos, mas permanecia inédita.

Tem um disco antigo do gaúcho Ney Lisboa, uma espécie de Tom Waits sulista, intitulado Pra Viajar no Cosmos Não Precisa Gasolina, de 1983. Não há expressão melhor para definir a ficção de Arnaldo Baptista. A viagem interplanetária do Príncipe do País dos Baurets é totalmente delirante, uma espécie de Star Wars hippie, escrita num ritmo e linguagem que não existem mais, de tão delicados e fluentes.

“Eu não sei se essa experiência já ocorreu com você, leitor, mas às vezes estou andando ao lado de um amigo em plena Avenida Nossa Senhora de Copacabana ou qualquer outra grande avenida, com a fortíssima materialidade das lojas me levando a só acreditar no que se vê e, apesar disso, sinto algo especial”, escreve Arnaldo.

Em maio de 2006, ao lado de seu irmão Sérgio Dias, Zélia Duncan e Dinho Leme, Arnaldo ressuscitou por um breve período, um ano, o sonho psicodélico chamado Mutantes. Durou pouco, mas reanimou um pequeno exército de maluquetes bacanas. Com seu livrinho temporão, mais eflúvios deverão vir à tona. As informações são do Jornal da Tarde (AE)

God Save the King!

Aline


Psicodelia Brasileira recomenda: Jards Macalé e Jorge Mautner juntos


Programaço para os paulistanos neste final de semana: Jards Macalé e Jorge Mautner tocam juntos no Sesc Vila Mariana. Como se não bastasse, o show ainda tem a participação de Nelson Jacobina.

Confira o repertório:

Jards Macalé
Contrastes (Ismael Silva)
Favela (Padeirinho / Jorginho)
Anjo Exterminado (Jards Macalé / Waly Salomão)
Falam de Mim (Noel Rosa de Oliveira / Edson Silva/ Anibal Silva)
Revendo Amigos (Jards Macalé / Waly Salomão)
Boneca Semiótica (Jards Macalé / Rogerio Duarte / Chacal / Duda)
Coração de Brasil (Jards Macalé)

Jorge Mautner
Homem Bomba (Jorge Mautner/Caetano Veloso )
Os Pais (Jorge Mautner )
Todo Errado (Jorge Mautner )
O Executivo-Executor (Jorge Mautner/Nelson Jacobina )
Vampiro (Jorge Mautner )
Maracatu Atômico (Jorge Mautner/Nelson Jacobina )

Juntos:
Pula-Pula (Jards Macalé / Capinan)
Samba dos Animais (Jards Macalé / Jorge Mautner)
Puntos Cardinales (Jorge Mautner / Jards Macalé )

Serviço:
Série Encontros – Jorge Mautner e Jards Macalé
Sábado (16) às 21h e domingo (17) às 18h
Preço: R$ 20,00 (inteira)
Sesc Vila Mariana
Rua Pelotas, 141

Tati


Psicodelia nordestina, em 2007

 Lula Côrtes e Marco Polo. Discurso captado pelo gravador de Ana Paula em Recife.

Lula: Agora é agora, o tempo não espera por ninguém, não para.

Marco: Essa está no grupo de frases fantásticas, o tempo não espera por ninguém, o tempo não para.

Lula: Não espera mesmo, nem retroage. O máximo que a gente pode ter são boas lembranças. Eu fui andando com tudo que veio atrás, está acumulado de tudo aquilo, é impossível você olhar mesma árvore, porque ele não franze…

Marco: Você não olha nunca a mesma arvora. È outra árvore.

Lula: É outra?

Marco: Não tem jeito. (todos riem)

Lula: Nada, nada previsível. (continuam rindo)

Marco: Eu gosto desse doido, para caramba. (todos riem) Eu amo esse homem.

Tati